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quinta-feira, 10 de março de 2011

LEIS ACESSIBILIDADE

RESOLUÇÃO No 509, DE 14 DE AGOSTO DE 2008
Aprova o Regulamento da Central de Intermediação de Comunicação telefônica a ser utilizada por pessoas com deficiência auditiva ou da fala – CIC 142.

DECRETO 6.523/2008Dispões sobre a obrigatoriedade do acesso das pessoas com deficiência auditiva ou de fala ao SAC, em caráter preferencial, tendo para isso que possuir equipamento próprio.

DECRETO Nº 6.039
7 de fevereiro de 2007

Aprova o Plano de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado em Instituições de Assistência às Pessoas com Deficiência Auditiva.

DECRETO Nº 4.769, 27 de junho de 2003
Aprova o Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado Prestado no Regime Público - PGMU, e dá outras providências.

LEI No 10.048
8 de novembro de 2000
Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências.

LEI Nº 7.405
12 de novembro de 1985
Torna obrigatória a colocação do Símbolo Internacional de Acesso em todos os locais e serviços que permitam sua utilização por pessoas portadoras de deficiência e dá outras providências.

LEI Nº 7.853
24 de outubro de 1989
Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.

LEI Nº 8.160
8 de janeiro de 1991
Dispõe sobre a caracterização de símbolo que permita a identificação de pessoas portadoras de deficiência auditiva.

DECRETO Nº 2.592
15 de maio de 1998
Aprova o Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado Prestado no Regime Público.

LEI Nº 9.998
17 de agosto de 2000
Resumo: Institui o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações.

NORMAS DA ABNT

NBR NM 313
02 de julho de 2007 - Elevadores de passageiros - Requisitos de segurança para construção e instalação - Requisitos particulares para a acessibilidade das pessoas, incluindo pessoas com deficiência

NBR 9.050
31 de maio de 2004 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.

NBR 12.517
02 de março de 1993 - Símbolos gráficos para projetos de controle de acesso físico.

NBR 14.020
01 de dezembro de 1997 - Acessibilidade à pessoa portadora de deficiência -Trem de longo percurso.

NBR 14.021
30 de junho de 2005 - Acessibilidade no sistema de trem urbano ou metropolitano.

NBR 14.022
20 de fevereiro de 2009 - Acessibilidade em veículos de características urbanas para o transporte coletivo de passageiros.

NBR 14.273
30 de janeiro de 1999 - Acessibilidade da pessoa portadora de deficiência no transporte aéreo comercial.

NBR 14.970-1
02 de julho de 2003 - Acessibilidade em veículos automotores - Parte 1: Requisitos de dirigibilidade.

NBR 14.970-2
30 de julho de 2003 - Acessibilidade em veículos automotores - Parte 2: Diretrizes para avaliação clínica de condutor com mobilidade reduzida.

NBR 14.970-3
02 de julho de 2003 - Acessibilidade em veículos automotores - Parte 3: Diretrizes para avaliação da dirigibilidade do condutor com mobilidade reduzida em veículo automotor apropriado automotor apropriado.

NBR 15.250
30 de março de 2005 - Acessibilidade em caixa de autoatendimento bancário.

NBR 15.290
30 de outubro de 2005 - Acessibilidade em comunicação na televisão.

NBR 15.320
30 de dezembro de 2005 - Acessibilidade à pessoa com deficiência no transporte rodoviário.

NBR 15.450
01 de dezembro de 2006 - Acessibilidade de passageiros no sistema de transporte aquaviário

NBR 15.570
20 de fevereiro de 2009 - Especificações técnicas para fabricação de veículos de características urbanas para transporte coletivo de passageiros.

NBR 15.599
25 de agosto de 2008 - Comunicação na prestação de serviços.
Elevador de acesso à estação do metrô, na Avenida Paulista, em São Paulo: acerto

NBR 15.646
15 de dezembro de 2008 -Plataforma elevatória veicular e rampa de acesso veicular para acessibilidade em veículos com características urbanas para o transporte coletivo de passageiros -Requisitos de desempenho, projeto, instalação e manutenção.

SURDOS NO BRASIL

O Brasil possui 5,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva ou surdez

*Segundo o IBGE no senso 2000, 24,5 milhões de brasileiros apresentam algum tipo de deficiência, sendo 14,5% da população total.

• Dentre eles, 4,6 milhões possuem deficiência auditiva e 1,1 milhão são surdas, totalizando aproximadamente 5,7 milhões de pessoas.

Conceito e Classificação da Deficiência Auditiva

Denomina-se deficiência auditiva a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons, sendo considerado surdo o indivíduo cuja audição não é funcional na vida comum, e parcialmente surdo, aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva.

Pelo menos uma em cada mil crianças nasce profundamente surda. Muitas pessoas desenvolvem problemas auditivos ao longo da vida, por causa de acidentes ou doenças.

Existem dois tipos principais de problemas auditivos. O primeiro afeta o ouvido externo ou médio e provoca dificuldades auditivas "condutivas" (também denominadas de "transmissão"), normalmente tratáveis e curáveis. O outro tipo envolve o ouvido interno ou o nervo auditivo. Chama-se surdez neurossensorial.

A deficiência auditiva pode ser classificada como deficiência de transmissão, quando o problema se localiza no ouvido externo ou médio (nesse caso, o prognóstico costuma ser excelente); mista, quando o problema se localiza no ouvido médio e interno, e sensorioneural (neurossensorial), quando se origina no ouvido interno e no nervo auditivo. Infelizmente, esse tipo de surdez em geral é irreversível. A surdez condutiva faz perder o volume sonoro: é como tentar entender alguém que fala muito baixo ou está muito longe. A surdez neurossensorial corta o volume sonoro e também distorce os sons. Essa interpretação descoordenada de sons é um sintoma típico de doenças do ouvido interno.

Fonte: Deficiência Auditiva / organizado por  Giuseppe Rinaldi et al. - Brasília: SEESP, 1997.  VI. - (série Atualidades Pedagógicas; n. 4)  MEC

Causas da Surdez

Pode ser transmitida geneticamente ao bebê ainda na gestação, por infecções como rubéola, sarampo, ou doenças (diabetes, doença cardiovascular), traumas, ingestão de medicamentos, ácool ou drogas, incompatibilidade sanguínea entre o feto e a mãe ou falta de alimentação.

Como consequência pode aparecer uma malformação ou um mau funcionamento no sistema auditivo do feto, que pode manifestar-se até aos 3 anos de idade.

Pode também ser provocada por um parto prematuro ou por má circulação do sangue, problemas com a anestesia ou traumatismos obstétricos.

Na criança, o risco de surdez também está ligado à hereditariedade ou a complicações de saúde, tais como infecções (meningite, otite, encefalite, hepatite, varicela, sarampo, papeira, malária), doenças, traumatismos cranianos ou aústicos ou medicação ototóxicos (alguns antibióticos, como a estreptomicina, a gentamicina, drogas usadas na quimioterapia).

Já na idade adulta, a surdez ocorre em vítimas de acidentes de trânsito ou de trabalho.

Graus de Surdez

- Leve – entre 20 e 40 dB
- Média – entre 40 e 70 dB
- Severa – entre 70 e 90 dB
- Profunda – mais de 90 dB
• 1º Grau: 90 dB
• 2º Grau: entre 90 e 100 dB
• 3º Grau: mais de 100 dB

Mais informações censitárias sobre os surdos no Brasil, baixe o arquivo:

AVALIAÇÃO DE ALUNOS SURDOS

Avaliação de alunos surdos: critérios diferenciados

A avaliação é sempre um assunto complexo. Muito se tem discutido sobre ela, sobre sua natureza e sobre seus objetivos. Essencialmente, a avaliação cumpre o papel de fornecer informações sobre o desenvolvimento do aluno, permitindo ao professor saber se os objetivos traçados para determinado período letivo foram alcançados ou não. O problema é que, muitas vezes, a avaliação acaba sendo confundida com a simples atribuição de notas, em uma busca de resultados meramente quantitativos. Tal problema se intensifica quando se trata de alunos surdos.
Evidentemente, cada estudante — ouvinte, surdo, cego, etc. — apresenta suas especificidades: no ritmo de aprendizagem, na maneira de apreender um conteúdo ou na forma de se expressar, entre tantas outras. Contudo, em relação aos outros colegas de classe, o aluno surdo tem uma característica única: a Língua Brasileira de Sinais — Libras. Isso significa que o aprendiz surdo fala, pensa e vive não só em uma língua diferente do português mas também em uma cultura. Para o surdo, o mundo se apresenta por meio de imagens. Ele percebe, aprende e manifesta tal aprendizado a partir de sua concepção de mundo e de sua língua, que são visuais. É aí, muitas vezes, que começam os problemas na avaliação do estudante surdo.
Infelizmente, ainda não há informação suficiente para que professores saibam lidar com o ensino de surdos, falta formação específica e até mesmo as pesquisas sobre essa área estão apenas no início. No entanto, o que tais pesquisas e alguns relatos de alunos surdos apontam é a necessidade de que os educadores planejem suas aulas pensando nas especificidades linguísticas e de percepção do surdo. O termo especificidades não deve, como muitas vezes acontece, ser interpretado como facilidades, nem como algo que atrapalhe o fluxo das aulas. Em lugar disso, ao procurar atender as especificidades de aprendizagem do surdo, o professor, muitas vezes sem imaginar que é possível, acaba envolvendo todos os seus alunos em atividades que são interessantes tanto para aprendizes surdos quanto para ouvintes.
Se o ensino exige que certas especificidades sejam contempladas, consequentemente, a avaliação também precisa ser feita de uma perspectiva diferenciada, de forma a respeitar a diversidade linguística e perceptual do estudante surdo. Não é o caso, porém, de que o professor precise “facilitar” ou “ajudar” esse aluno. Afinal, ele é tão capaz de aprender quanto qualquer outro estudante, desde que tenha acesso a um ensino que pense na sua condição de aprendiz surdo, assim como os cegos têm um ensino adaptado às suas próprias especificidades. Há muito preconceito quanto à capacidade de aprendizagem dos surdos. Preconceito esse que acaba se espalhando por falta de conhecimento, por não se saber como ensiná-los e, principalmente, como avaliá-los, frustrando, muitas vezes, os próprios alunos surdos.
Para evitar esse tipo de problema, é preciso que os envolvidos na educação de surdos procurem formação específica — atualmente, oferecida pelo governo e por instituições particulares — e estejam abertos a aprender com esses alunos, revendo suas práticas de ensino e de avaliação. Certamente, não é fácil lidar com o novo e o desconhecido, mas tudo pode ser mais fácil se o professor se dispuser a aprender, a refletir, a discutir com colegas da área e se puder encontrar algumas dicas para aliviar seus medos e suas dúvidas iniciais. Por isso, sugerem-se, a seguir, alguns critérios de avaliação diferenciados na educação de surdos.
É muito comum que, em sala de aula, se avalie a leitura em voz alta feita pelo aluno.. Um professor ciente da diferença linguística do aluno surdo não deve exigir que ele faça esse tipo de leitura, mas isso não significa que o estudante surdo deva perder essa oportunidade de avaliação. Uma alternativa possível é que se mude o foco da avaliação: em lugar de cobrar do surdo a leitura em voz alta, pode-se solicitar que ele ilustre o que entendeu ao ler o texto.
Outra situação corriqueira é a realização de ditados, atividade que, obviamente, exclui o surdo. Como se trata de uma avaliação ou exercício que tem por objetivo treinar a ortografia, uma alternativa muito interessante para surdos e para ouvintes é a utilização de figuras. Por exemplo, ao mostrar à classe a imagem de uma casa, os alunos deverão escrever casa e, assim, sem transtorno algum, o educador pode avaliar o conhecimento ortográfico de seus alunos.
Além desses exemplos mais concretos, o professor pode avaliar seus alunos surdos por meio de desenhos sobre o conteúdo ensinado, de dramatizações em Libras — em que os intérpretes entram em cena no caso de o professor não ser usuário dessa língua —, e também por meio de textos redigidos pelos estudantes. Nesse último caso, o professor não deve avaliar o texto do surdo em comparação com o do ouvinte, na expectativa de que aquele escreva como este. Afinal, a língua portuguesa escrita é uma segunda língua para o surdo, diferente, em muitos aspectos gramaticais, de sua primeira língua — a Libras. Portanto, o educador, ao corrigir o texto de um aluno surdo, não deve se ater à forma e sim ao conteúdo. Ele deve, como um critério diferenciado de avaliação, priorizar a coerência, a originalidade e a autoria das ideias expostas pelo surdo. Nessa hora, o educador não pode esquecer que, na condição de usuário não nativo da língua portuguesa, o surdo produzirá textos que se aproximam daqueles escritos por outros aprendizes cuja segunda língua é o português, mas que nem por isso deixam de ser considerados textos que alcançam seus objetivos de expressão.
No mais, cabe ao educador ter bom senso e procurar se informar. As redes estaduais e municipais de ensino têm, dia após dia, oferecido cursos de formação, portanto, o professor precisa ficar atento. Ele também não deve perder a oportunidade de aprender com a própria prática e de avaliar a si mesmo — em que medida suas estratégias de ensino e de avaliação têm contribuído para o desenvolvimento dos aprendizes como um todo. Finalmente, o professor não pode esquecer que um aluno é diferente do outro e o bom profissional deve se esforçar para lidar com isso.

COMO OS PAIS PODEM LIDAR EM DESCOBRIR QUE TEM UM FILHO SURDO

3.1. A Descoberta da Surdez e o Início da Reabilitação

3.1.1. Fases por que passa a família
    É necessário, que os pais saibam como lidar com essas alterações e partilhem suas inquietações com outras pessoas que também passam pelas mesmas fases:
  •  o choque;
  •  a reação;
  •  a adaptação, e
  •  a orientação.
    A fase do choque pode ser caracterizada por uma paralisia de ação, pela confusão e por sentimentos fortes e opostos, quando os pais são informados de que o filho é surdo.

    A fase da reação caracteriza-se pelo aparecimento de diferentes mecanismos de defesa psíquica. Os pais ficam arrasados, decepcionados, frustrados, revoltados; ficam ansiosos, angustiados, têm sensações de impotência, de incapacidade, insegurança, e culpa, porque se sentem, em parte, responsáveis pela deficiência.

     Reconfortados pela ação de elementos externos (outros pais, médicos, professores, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais), os pais saem do sofrimento agudo e encaram o problema de maneira mais realista. Entram, então, na fase da adaptação. Nessa fase, são capazes de utilizar suas forças a favor do filho. É o momento de receber informações mais detalhadas sobre a deficiência e de como lidar com a criança.
       Com o tempo, a crise passa e os pais podem pensar no futuro. Começa a fase da orientação. Com a experiência pessoal, os pais assimilaram conhecimentos que podem utilizar de modo  mais construtivo para fazer face às novas funções.
    Os pais devem saber quais os passos a seguir e procurar os serviços oferecidos pela comunidade, os direitos dos portadores de deficiência, além de seus próprios direitos.
Características de cada fase
    Na fase do choque ou do impacto da descoberta da surdez, a família desenvolve uma série de sentimentos:
 

  • a ansiedade;

  • a raiva e /ou a negação;

  • a culpa;

  • a depressão;

  • o preconceito;

  • a rejeição/superproteção
        Basicamente, existem duas espécies de sentimentos: os positivos e os negativos. Os sentimentos negativos interferem no prazer, consomem energia e nos deixam exauridos com a sensação de vazio e solidão. Os sentimentos positivos ampliam o senso de força e bem estar, produzindo prazer, sensação de plenitude e esperança.
        O que se deseja é desfazer alguns dos mistérios dos sentimentos (em relação à surdez para que se torne possível às pessoas reconhecer e compreender o que sentem, de forma que os sentimentos possam ser seus aliados, em vez de seus inimigos.
    Ansiedade é um estado emocional, fruto de uma expectativa ou de um medo perante uma realidade desconhecida e ameaçadora que está por vir.
    Ansiedade, “mal estar ao mesmo tempo psíquico e físico, caracterizado por temor difuso, sentimento de insegurança por desgraça iminente. De preferência, reserva-se o nome de ‘angústia’ para as sensações físicas que acompanham a ansiedade (constrição toráxica, distúrbios vasomotores, etc). Na prática, os dois são sinônimos. (Henri Pieron/ Dicionário de Psicologia Editora Globo).
    Quando uma pessoa tem uma experiência negativa ou sofre uma perda, sente dor. A dor cria um desequilíbrio e produz uma primeira reação, normalmente, de negar a realidade. Quando essa realidade se impõe, a reação pode ser dirigida para fora, contra a fonte da dor. A expressão dessa energia chama-se raiva.
    Se essa energia não puder ser manifestada contra a fonte da dor, mas, pelo contrário, for dirigida para dentro, contra a própria pessoa, ela se torna sentimento de culpaSe essa culpa não for aliviada pela aceitação da raiva inicial como uma reação ao mal inicial, ela se volta contra a pessoa que a sente e se torna depressão, que pode consumir sua energia até destruir a pessoa.
    A sociedade costuma ter preconceito contra tudo que não conhece e  tudo que difere dos padrões considerados normais. Por isso, pela falta de conhecimento específico da pessoa surda e das suas capacidades, a atitude da sociedade, como também, às vezes, dos próprios pais, é de discriminação e pode manifestar-se concretamente, tanto na rejeição, quanto na superproteção.
        A formação de guetos, embora compreensível, não é desejável, já que o isolamento não contribui para superar a discriminação. Quanto maior o contato com os diferentes ambientes sociais, mais esclarecimentos esse contato trará à sociedade, levando-a a refletir sobre o que é ser diferente.
    A rejeição faz com que as pessoas não se dirijam ao surdo, fujam dele, prefiram não entrar em contato com ele.
        A superproteção, igualmente perniciosa, faz com que as pessoas realizem tarefas que seriam de competência do surdo; façam o que ele poderia estar fazendo, demonstrando, assim, não acreditar nas capacidades dele.
        O objetivo do esclarecimento a respeito da surdez e da quebra dos preconceitos relativos ao deficiente auditivo é viabilizar a sua integração social.
        A intenção dos profissionais que atuam com  pais de surdos é a de desfazer os sentimentos negativos, ajudando-os a transformá-los em sentimentos positivos.
        A descoberta da surdez pode acontecer de formas diferentes:
        1. os pais ficam sabendo da deficiência da criança após apresentar ao médico suas dúvidas relativas à falta de reação a estímulos sonoros e  vê-las confirmadas pelos exames audiológicos;
        2. os pais procuram diagnóstico médico, porque outras pessoas de seu convívio lhes chamam atenção para algumas características atípicas da criança.
        A reação dos pais não é igual. Diferem em função de vários fatores, tais como: o que a criança significa para eles, suas esperanças, ambições, maturidade pessoal,  relações que o casal mantém entre si, ausência de um dos pais, condições econômicas nas quais vivem, seu desenvolvimento intelectual, as experiências com irmãos mais velhos, etc.
        Somente com a compreensão dos sentimentos despertados pela surdez adquirem-se atitudes positivas no sentido de responder adequadamente às reais necessidades dos surdos, tornando-os merecedores do direito de serem participantes ativos da família, bem como do direito de usufruirem plenamente de sua cidadania.
         O fato de ter gerado uma criança surda, ou de confrontar-se com a experiência traumática de ver uma criança ouvinte tornar-se surda, leva a família a encarar isso como um castigo não merecido.

        O medo e a vergonha frente aos preconceitos e perguntas mais comuns deixam os pais numa situação angustiante por não saberem como responder.

     Preocupações e conflitos.
        Os sentimentos negativos levam os pais a preocupações demasiadas, à não aceitação do problema e a conflitos desnecessários .
     A busca do “milagre”.
        Essa etapa inclui o recurso a crendices, medicações falsas e à busca de curandeiros. Os extremos a que chegam, sem resultado, levam os pais à etapa seguinte.
     A dificuldade com os profissionais.
        Cheios de dúvidas e suspeitas, os pais não conseguem acreditar totalmente nos profissionais procurados nem em suas orientações, o que faz aumentarem  suas dúvidas e inseguranças.
        No entanto, somente com a assistência de profissionais competentes das áreas da saúde (pediatra, otorrino, fonoaudiólogo, psicólogo), da assistência social e da educação, os pais podem encontrar formas de atender melhor as necessidades de seus filhos.
    3.1.2. Orientações Educacionais
        Ao tomar conhecimento da deficiência do filho, a família se desorganiza emocionalmente. A decepção, o sentimento de culpa e o desespero impossibilitam a aceitação da deficiência como um fato. É o momento de ter o apoio de um psicólogo e de um serviço de assistência social.
        A falta de conhecimento a respeito da extensão do problema gera estresse e ansiedade, deixando os pais inseguros, diante de um futuro imprevisível.
        Os pais necessitam aprender a replanejar sua vida, a traçar objetivos e buscar meios de alcançá-los.
        Mesmo os pais que reagem bem ao diagnóstico podem passar por momentos de desânimo, tristeza e dificuldades.
        Dificilmente os pais chegarão a tomar uma atitude de aceitação e busca dos meios de enfrentar o problema, sem a ajuda desses profissionais.
        É recomendável que todos os pais, nestas etapas recebam apoio psicológico e orientação. Eles precisam de compreensão no que se refere a sentimentos de culpa, incerteza e medo, precisam ter alguma idéia do que o futuro reserva para eles e os filhos e, muito encorajamento, no sentido de aceitarem o desafio que têm pela frente.
        Com freqüência, no lugar da compreensão, exige-se que esses pais sejam verdadeiras fortalezas humanas. Espera-se que, com pouca ou nenhuma orientação, compreendam problemas médicos ligados à deficiência auditiva, enfrentem sentimentos confusos em relação a si mesmos e ao filho e que em pouco tempo assumam as novas responsabilidades que a deficiência auditiva exigirá deles na vida diária.
        O serviço psicossocial pode orientar a família a partir da descoberta da surdez, momento crítico e grave, que pode desestruturar o que se considerava sólido.
        Ao certificarem-se da surdez real de um filho,  uma das grandes dificuldades enfrentadas pelos pais talvez seja a perspectiva da necessidade de ter de  aceitar a nova realidade  (para a qual não estavam preparados) e o fato de que o filho não escuta as palavras a ele dirigidas.
        Aceitar não quer, necessariamente, dizer deixar de sofrer. Aceitar é buscar a força interior que os impulsionará na luta pela conquista da integração do seu filho ao meio.
        Os pais necessitam de motivação que os faça ver o futuro com a ótica da esperança e da convicção de que agora mais do que nunca, eles, pais, têm um papel primordial e histórico no desenvolvimento do filho.
        Para isso necessitam de orientação. Esse novo caminho poderá lhes trazer gratificações pelo sucesso que se alcança, quando são valorizadas “pequenas situações” que levam a grandes oportunidades de realizações no campo emocional, cultural, profissional e de integração social.
        Nessa orientação trabalha-se o desempenho das funções de pais-educadores na formação dos filhos, numa maturidade maior. Os pais se descobrem capazes de despertar a disponibilidade para o aprendizado.
        Busca-se envolver, de forma criativa, os pais que se acomodam e se acobertam pela autopiedade, procurando motivá-los para a missão especial que terão de de-sempenhar na família.
        Nessa fase os pais necessitam de um acompanhamento, por meio de assessoramento individual, nas dificuldades do dia-a-dia. Cursos para Pais, Grupos de Estudos e Reflexão Programada são utilizados para manter  o otimismo e despertar criatividade para a autonomia no desempenho de suas funções.
        Observa-se que algumas vezes os pais permanecem em “sofrimento”, mesmo quando têm condições financeiras, intelectuais, sociais, até que sejam despertados para a ação especial.
        Outros  despertam com uma sagacidade que os leva a retomar a escolaridade, sendo que muitos deles se destacam, pela liderança, na criação de Associação de Pais e, em conseqüência, criam, pela conscientização social, condições propícias para o filho e demais surdos de sua comunidade. As reações familiares deslocam-se do âmbito do fenômeno individual, para encontrar parcerias nas ações coletivas.
        Verifica-se que os pais, que recebem orientação e alcançam adequados conhecimento e compreensão de si mesmos e de seu(s) filho(s) deficiente(s) auditivo(s), são capazes de enfrentar e encontrar soluções para os desafios da vida.
        Os membros da família, quando conscientes das questões relacionadas à deficiência auditiva, aprendem a lidar com as dificuldades dela decorrentes, buscando formas alternativas de ajustamento.
        Apoiar os pais psicologicamente e orientá-los é imprescindível, considerando-se que o êxito no processo de desenvolvimento das capacidades da criança deficiente auditiva, principalmente nos primeiros anos de vida, depende da sua participação real e ativa.


        A falta generalizada de informação deixa os pais desorientados, quanto a possíveis iniciativas práticas. Uma orientação adequada facilitará a tomada de atitudes pertinentes.
        Os pais procuram atribuí-la a alguém ou a alguma coisa. Quando uma causa específica é estabelecida, o sentimento de culpa começa a diminuir.

  • Inclusão Social - Pessoas com Deficiências


    Falando sobre surdez sem preconceito
    Quantos de nós já ouvimos o termo “surdo-mudo” quando nos referimos a uma pessoa com deficiência auditiva. Este termo não é adequado porque, na maioria dos casos, o surdo pode falar. Isso só não ocorre quando, além da surdez, ele apresenta algum comprometimento motor ou neurológico que o impeça. Mas, para chegar a poder falar, o surdo depende de muita estimulação.
    É fundamental que logo que se saiba que o seu filho é surdo comece imediatamente uma estimulação de fala e linguagem para que essa criança possa se comunicar.
    Existem várias filosofias para a educação dos surdos como a Oralista, Comunicação Total e Bilingüismo. A Filosofia Oralista visa o aprendizado da língua oral através da estimulação auditiva e da leitura labial, não é usado nenhum gesto pra facilitar este aprendizado. A Filosofia da Comunicação Total valoriza qualquer forma de comunicação, visando à comunicação e não o aprendizado da língua oral. Na Filosofia do Bilingüismo o surdo aprende duas línguas, a de sinais e a língua oficial de seu país. A língua de sinais, considerada a língua materna dos surdos, é a mais valorizada e a primeira a ser aprendida pela criança, por ser mais fácil e natural para o surdo, passando a ser a facilitadora do aprendizado da língua portuguesa, aprendida de maneira formal.
    A aquisição da língua de sinais, LIBRAS, a segunda língua oficial de nosso país de acordo com a Lei 10436/02 de 2002, diminui o risco de atraso de linguagem. A criança que tem acesso as duas línguas aprende sobre as duas culturas, a dos ouvintes e a dos surdos.
    O Trabalho com o surdo geralmente envolve uma equipe multidisciplinar como fonoaudiólogos e psicólogos. Esta criança quando chega na fase escolar pode ser encaminhada para escolas regulares ou especializadas. A legislação brasileira obriga que escolas regulares garantam ao aluno surdo, um intérprete em sala de aula de acordo com o Decreto 5.626/05 de 2005, o que, infelizmente, nem sempre ocorre.Maiores detalhes sobre a lei e o decreto mencionados acima poderão serem encontrados no site www.feneis.com.br.
    Mais importante do que escolher a filosofia é o empenho da família. Sem isso o sucesso da aprendizagem e do desenvolvimento não chega de forma ampla. A estimulação do surdo não dever ficar apenas na responsabilidade dos terapeutas. É preciso abraçar a causa dos surdos para que eles tenham um melhor desenvolvimento e possam enfrentar os preconceitos de um simples gestos com as mãos.

    Um mundo sem sons - You Are Not Alone - Michael Jackson (não é tradução)

    ProLIBRAS

    A Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, através da Comissão Permanente do Vestibular - COPERVE, declara que estarão abertas no período de 01/03/2011 até as 23h59min do dia 31/03/2011 (observado o Horário Oficial de Brasília), as inscrições para a quinta edição do Exame Nacional para Certificação de Proficiência no uso e no ensino da Libras e para Certificação de Proficiência na tradução e interpretação da Libras/Português/Libras, denominado PROLIBRAS 2010, conforme Decreto 5626/05 que regulamenta a Lei nº 10436 de 24 de abril de 2002.